4.2.08

Morte a tudo o que é Rei!

Lisboa, 1 de Fevereiro de 2008

« Sou pelas greves como sou por todos os métodos de resistência utilizados pelos fracos, pelos oprimidos, em defesa dos seus legítimos interesses (...). O meu ódio maior, a minha mais viva repulsa, dirigem-se aos patrões burgueses que nos exploram e que sem altivez servimos.»
Alfredo Costa, segundo Aquilino Ribeiro (Um Escritor Confessa-se, Lisboa, 1974, p. 361)


«A elaboração do regicídio operou-se fora da nossa presença [dos republicanos] e sem a nossa cumplicidade (...). Não foi pois a revolução que o matou [D.Carlos], mas sim a anarquia.»
João Chagas, político republicano (Subsídios Críticos para a História da Ditadura, Lisboa, 1908, pp. 8-11)

Celebramos, no dia 1 de Fevereiro de 2008, o centenário de um acto glorioso de emancipação social como sempre é a execução de um rei. Os regicidas que, em 1908, levaram a cabo o bem sucedido atentado contra o rei e o príncipe herdeiro –, Alfredo Luís Pereira da Costa, ex-administrador do semanário sindicalista da sua classe profissional, «O Caixeiro», e Manuel dos Reis Buíça, professor do ensino livre –, eram homens de uma consciência social profunda, que os levou a sacrificar a sua vida pela concretização dos seus ideais de liberdade e igualdade social.Para muitos, como Buíça e Costa, a República surgia como uma possibilidade de realizar as aspirações por um mundo livre e igual. Seria também uma forma de acabar com a repressão que pendia sobre o crescente movimento operário e libertário, acabando com as famigeradas leis anti-anarquistas e com as prisões e deportações para África e Timor, de onde poucos voltavam.Mas as esperanças do povo que saiu à rua para implantar a República, em 5 de Outubro de 1910, foram frustradas, quando, instalados no poder, os republicanos se converteram em opressores tão ou ainda mais ferozes que os monárquicos. Por isso, o movimento operário, anarco-sindicalista, cresceu a partir de 1911 contra a República, enfrentando a sua repressão.Hoje, como nestes tempos, os governantes, qualquer que seja a sua cor política, servem sempre os seus interesses e os da máquina capitalista. Só a luta autónoma, auto-organizada e directa pela recuperação do controlo sobre as suas vidas, pode surtir algum efeito contra aqueles que nos oprimem e exploram todos os dias.

HOJE COMO ONTEM, GUERRA A TODOS OS QUE NOS OPRIMEM, MONÁRQUICOS OU REPUBLICANOS, FASCISTAS OU DEMOCRATAS!
@s amig@s de Costa e Buíça »

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